Ser ou não ser jornalista?

Alessandra da Veiga
2 min readJul 18, 2022

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Imagem via Unsplash

No livro Teorias do Jornalismo: a Tribo Jornalística — Uma Comunidade Interpretativa Transnacional, Nelson Traquina destaca que a reportagem se entende como a essência do jornalismo. Ou seja, é a forma mais “verdadeira de ser jornalista”.

Entrei na graduação de jornalismo com esse mesmo pensamento, afinal é isso que jornalistas fazem. Ou pelo menos é o que nos ensinam na graduação.

Para os professores e colegas de profissão, ser jornalista não é um passatempo. Significa dar a sua vida, tomar para si a figura do herói e correr riscos em nome de todos (e de uma boa notícia).

Eu também pensava assim. Eu também achava que eu ia salvar o mundo com as minhas palavras. Pegar o melhor furo jornalístico que fizesse de mim uma repórter conhecida. Que entrevistaria pessoas respeitadas e presenciaria eventos importantíssimos para a nossa sociedade.

Eu pensava a mesma coisa que os meus professores pensam e que ensinam para nós, mas o papel da super-heroína não combina mais comigo. Na verdade, eu acho que ele nunca coube em mim.

Respeito os meus colegas de profissão que são apaixonados por estar na rua em contato com as pessoas e que reportam os acontecimentos de maneira transparente e objetiva. Mas a futura jornalista que estou construindo não deseja seguir esse caminho.

Há espaço para os jornalistas fora do eixo TV-Rádio-Impresso, cujas vagas trabalho são pouquíssimas. Há espaço para os jornalistas fora das bancadas de TV, fora das redações e fora dos estúdios de gravação.

Eu encontrei o meu espaço no digital e posso dizer com toda a certeza do mundo: nunca estive tão realizada, talvez até mais do que fazendo matérias.

Essa não era a área de trabalho que eu tinha planejado ingressar quando entrei na faculdade, mas é a área que, carinhosamente, me encontrou durante a minha caminhada na comunicação.

Embora as minhas palavras hoje escritas não façam parte das hard news pela minha própria decisão de não seguir o caminho jornalístico tradicional, elas são igualmente importantes para os conteúdos que produzo na agência que trabalho para conectar e converter.

E pode até parecer que não, mas sou (quase)* jornalista :)

*Quase porque até o presente momento ainda estou em formação.

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Alessandra da Veiga

Escrevo. Poeticamente e profissionalmente. Sou jornalista e redatora SEO, mas aqui escrevo o que eu quis dizer. Do meu coração para seu dispositivo móvel.